sexta-feira, 28 de maio de 2010

A minha condição




Essa é a primeira vez que vou postar com minhas próprias palavras, copiadas, reproduzidas e recriadas, como minha criação e transformação que resulta em uma pessoa flexível e aberta a novas opiniões. Acredito no amor, acredito que ele acalma, amansa, preenche e produz a sensação de se estar completo. Acredito nas cicatrizes do amor, os erros e machucados que já aconteceram e marcaram tanto, e que são rasgados na nossa alma para sempre, ainda bem! Essencial para se buscar um amor. Quando se ama alguém, pelo menos da forma como eu amo e já amei, minha sensatez se desfaz. Como leonina, estar submissa é insuportável e como romântica, mimar e melar são minhas especialidades. Sempre fui completamente amada por todos à minha volta, entre família e amigos não lembro de sequer um inimigo. E assim, aprendi a amar também. Aprendi nas fossas da vida à não amar quem não me ama. Mas já tive amores platônicos. Amigas são o que mais tive na vida. Devo muito à elas todas, mesmo aquelas que não fazem mais parte dos meus dias. Tanta histórias, tanto chorar, tanto aprontar e cair na risada, um pouco antes de cair em consciência e aguentar a bronca. Mas sempre estávamos lá uma para a outra, trocando amor e carinho. Carinho é importante. Carinho é preliminar, é a brasa necessária para que a o amor nunca se apague. Carinho é algo que se troca, que pode durar horas, dias, e até a vida inteira, desde poucas palavras até o abraço mais apertado que você já recebeu. Ao contrário do que muitos dizem, brigas não acendem paixões, daquelas que se resolvem na cama. Brigas estragam, brigas brocham, destroem o carinho e o sonho. E quando se tornam frequentes cansam, tiram a segurança, aumentam o orgulho que é o maior aliado da solidão. Nessa hora as cicatrizes antigas dóem, como um alerta ao sofrimento. Até que ponto a solidão vale a pena? Até que ponto conseguimos lutar contra o sofrimento numa relação? Será que Tom Jobim tinha razão em dizer que é impossível ser feliz sozinho? Ou será que Arnaldo Antunes em Satisfeito, é mais feliz? Talvez por ser rodeada de carinho que me tornei uma pessoa intolerante à sua falta, por mínima que seja. Carência é humilhante. Implorar carinho é humilhante. Ser mais por mim, ser melhor, oferecendo carinho para quem tem à dar em troca, só pela troca, porque amor incondicional entre humanos para mim não existe. Essa é a minha condição.

Um comentário:

  1. Uau. Adorei seu texto Mari. E concordo com vc.
    Que linda, tem que escrever mais!
    Bjo, adoro vc!

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